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Fundação Laudes e IDH fazem parceria para desenvolver um programa de paisagens na Caatinga

Semiárido

Fundação Laudes e IDH fazem parceria para desenvolver um programa de paisagens na Caatinga

Data do evento 19/01/2023

A IDH utilizará a abordagem dos Pactos Produzir, Preservar e Incluir (PPI) para viabilizar, entre outras soluções, a implementação do programa colaborativo de paisagem com produção regenerativa (RPLC) no semiárido brasileiro.

Propriedade familiar no município de Afogados da Ingazeira-PE. Foto: IDH

A Fundação Laudes e a IDH fazem nova parceira para lançar três Pactos PPI, tendo o programa colaborativo de paisagem com produção regenerativa (RPLC) como principal estratégia para enfrentar o risco de desertificação, questões de desigualdade social e insegurança alimentar no bioma Caatinga, no Brasil, uma das regiões semiáridas mais biodiversas do mundo.

A colaboração público-privada, estabelecida através de um financiamento no valor de 3 milhões de euros por parte da Fundação Laudes, tem como objetivo construir resiliência comunitária e climática na região e viabilizar modelos de originação responsável para as empresas investirem e participarem. “Este investimento inicial será fundamental para a construção de um sistema de governança forte que inclua organizações comunitárias e de produtores, juntamente com as empresas, como partes interessadas decisivas na tomada de decisões. A transição para uma economia inclusiva e positiva para o clima exige que todas as partes interessadas compartilhem uma agenda comum e incentivo à mudança “, disse Anita Chester, Líder de Materiais da Fundação Laudes.

Centro de beneficiamento de algodão no município de Monteiro-PB. Foto: IDH

Trabalhando ao lado da IDH e da Fundação Laudes estão a Diaconia, o World Resources Institute (WRI Brasil), e a empresa de consultoria em agricultura sustentável Natcap Soluções Sustentáveis, juntamente com especialistas em clima.

“O modelo PPI da IDH reúne um amplo grupo de parceiros, incluindo governo local, agricultores, sociedade civil, instituições financeiras e empresas locais e internacionais, para desenvolver ações de longo prazo que abordam questões de produção sustentável, preservação ambiental e inclusão social. Essa é uma estratégia territorial que a IDH já implementa em 22 territórios, em 13 países, incluindo os estados de Mato Grosso e Maranhão”, explicou Daniela Mariuzzo, diretora executiva da IDH Brasil.

A colaboração com a Laudes concentra-se nos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, na região nordeste do Brasil, implementando uma abordagem de paisagens, baseada em uma metodologia de quatro etapas, que inclui o estudo do território, a construção de uma aliança e o estabelecimento de metas, antes da formalização pública do acordo. Depois é estabelecido um sistema de governança para monitorar o progresso, garantindo transparência e acesso público, ao mesmo tempo em que os indicadores de avanço permitem planejar ações e investimentos de forma estratégica.

Na Caatinga, o objetivo é reduzir a conversão ilegal do uso da terra, aumentando, ao mesmo tempo, a produtividade dos agricultores e eliminando a defasagem em relação à renda digna.

Pequena propriedade rural em Afogados da Ingazeira-PE. Foto: IDH

Os desafios da Caatinga

A Caatinga, na região Nordeste do Brasil, tem uma população de mais de 25 milhões de pessoas, e é uma importante região semiárida global que abriga mais de 2000 espécies de plantas e animais, incluindo a rara arara-azul.

A Caatinga é uma reserva da biosfera, uma área designada que combina conservação ambiental, desenvolvimento humano e práticas produtivas sustentáveis. O bioma situa-se inteiramente dentro das fronteiras do Brasil, perfazendo 11% do território nacional e abrangendo um total de 750.000 km².

No entanto, é também um dos biomas mais degradados do Brasil, representando cerca de 60% da área suscetível à desertificação, um fenômeno no qual fatores como as mudanças climáticas e a agricultura sem critérios de sustentabilidade reduzem a terra a uma poeira infértil. Assim, o cultivo de culturas como o milho, o algodão e o feijão estão em alto risco, e a escassez de água já afeta mais de 12 milhões de pessoas.

De acordo com o IBGE (censo de 2017), cerca de quatro milhões de pessoas na região trabalham na agricultura e mais da metade das propriedades agrícolas da região (54%) são pequenas, com cinco hectares ou menos.

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