Olhar conjuntamente para os desafios e oportunidades que possibilitem a implementação de uma agenda de desenvolvimento sustentável para as cadeias de valor agropecuárias e da sociobioeconomia no Pará. Esse foi o objetivo que reuniu mais de 30 representantes de organizações dos setores público, privado e sociedade civil, no dia 20 de março, em Belém-PA. O evento foi organizado pela IDH e Embaixada do Reino dos Países Baixos no Brasil.
O Pará tem recebido muita atenção desde o anúncio da realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), que acontecerá em novembro de 2025, em Belém. Desde então, diversas organizações têm se mobilizado para promover debates e criar iniciativas em torno desta agenda.
“Este evento é um convite para mais organizações discutirem, não só na COP, mas antes e depois. Para a Embaixada, o Pará é uma prioridade”, disse Paul Van de Logt, Conselheiro Agrícola para o Brasil na Embaixada do Reino dos Países Baixos.
O representante do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, João Lagüéns, responsável pela agenda do CAR (Cadastro Ambiental Rural). Ele falou sobre os desafios da implementação de sistemas de gerenciamento de políticas públicas.
Já o representante do Centro de Bionegócios da Amazônia, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Paulo Salles, evocou a oportunidade de criar soluções inovadoras no uso dos recursos naturais promovendo uma transição econômica.
O evento contou ainda com a participação do responsável pela plataforma GLOBIO, ligada do governo holandês, Rob Alkemade. A plataforma busca encontrar soluções para reduzir a curva de perda de biodiversidade e ao mesmo tempo melhorar o bem-estar humano e apoiar a economia.
A representante da Fundação Solidaridad, Mariana Pereira, fechou o painel, instigando o debate sobre a necessidade da representatividade da população local na construção de agendas de cooperação e o entendimento de que os resultados acontecem no longo prazo.
Os participantes do evento dialogaram para trazer elementos que ajudem a pensar em como a abordagem territorial (de paisagens) pode dar conta dos desafios expostos. O resultado criou um amplo painel com pontos que poderão ser usados para guiar os próximos passos na construção dessa agenda no estado do Pará. O destaque foi o reconhecimento de que iniciativas multiatores são importantes, mas que valorizar o protagonismo local é fundamental.
Manuela Maluf Santos, diretora executiva interina da IDH Brasil, acrescentou que a organização está trabalhando no Pará para apoiar a implementação de um programa multissetorial de paisagens. “Temos exemplos bem-sucedidos dessa estratégia em vários países. No Brasil, estamos apoiando essa agenda no estado do Mato Grosso desde 2016 e agora iniciamos um diálogo com as partes interessadas para apoiar o Pará a liderar esse processo também.”